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Retinol

  • Isabella Ataide
  • Aug 4
  • 5 min read
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Fundamentos Moleculares e Bioquímicos do Retinol


O retinol é uma forma alcoólica da vitamina A e pertence à classe dos retinoides. Quando

aplicado topicamente na pele, ele é gradualmente convertido em retinaldeído e, posteriormente, em ácido retinoico, que é a forma biologicamente ativa. Essa conversão ocorre por meio de enzimas específicas da pele, como as desidrogenases e oxidases. O ácido retinoico age diretamente nos receptores nucleares RAR (Receptores do Ácido Retinoico) e RXR (Receptores X Retinoides), regulando a transcrição gênica envolvida na diferenciação celular, proliferação de queratinócitos e síntese de colágeno. Essa regulação epigenética explica seus efeitos multifuncionais na pele.


Farmacodinâmica e Farmacocinética Cutânea


A absorção cutânea do retinol é baixa, com estimativas variando entre 1 a 5% da dose aplicada. Por ser lipofílico, o retinol se acumula nos compartimentos lipídicos da epiderme e derme, principalmente em queratinócitos e fibroblastos. A velocidade de conversão para ácido retinoico depende da espessura da pele, da presença de enzimas e da formulação usada. Isso resulta em variabilidade interindividual na resposta clínica.


Aspectos Clínicos Avançados


O retinol possui forte embasamento científico no tratamento da acne, fotoenvelhecimento e

hiperpigmentações. No caso da acne, ele normaliza a queratinização folicular, reduz a produção sebácea e tem leve efeito anti-inflamatório. No envelhecimento cutâneo, estimula a síntese de colágeno tipo I e III, inibe metaloproteinases (enzimas que degradam a matriz extracelular) e melhora a textura da pele. Em distúrbios pigmentares como melasma e lentigos, interfere na transferência de melanossomas dos melanócitos para os queratinócitos.


Efeitos Adversos e Tolerabilidade


Entre os efeitos colaterais mais comuns estão: eritema, descamação, sensação de queimação, prurido e aumento da sensibilidade. Esses sintomas compõem a chamada “dermatite retinoide”, comum nas primeiras semanas de uso. A irritação está relacionada à alteração da barreira epidérmica e à estimulação de processos inflamatórios. Estratégias para melhorar a tolerabilidade incluem: uso gradual (em noites alternadas), associações com hidratantes e uso de formulações encapsuladas ou com liberação prolongada.


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Efeitos Adversos e Tolerabilidade


Entre os efeitos colaterais mais comuns estão: eritema, descamação, sensação de queimação, prurido e aumento da sensibilidade. Esses sintomas compõem a chamada “dermatite retinoide”, comum nas primeiras semanas de uso. A irritação está relacionada à alteração da barreira epidérmica e à estimulação de processos inflamatórios. Estratégias para melhorar a tolerabilidade incluem: uso gradual (em noites alternadas), associações com hidratantes e uso de formulações encapsuladas ou com liberação prolongada.



Protocolos Clínicos de Uso Para iniciantes


Recomenda-se começar com uma concentração entre 0,1% a 0,3%, aplicando 2 vezes por semana à noite e aumentando gradualmente conforme a tolerância.

A aplicação deve ser feita com a pele seca e limpa, evitando áreas sensíveis como cantos do nariz, olhos e boca.

Durante o dia, o uso de filtro solar de amplo espectro (FPS 30 ou superior) é obrigatório, pois o retinol aumenta a fotossensibilidade da pele. A hidratação concomitante é fundamental para preservar a barreira cutânea.


Combinações Terapêuticas e Sinergias


O retinol pode ser combinado com antioxidantes como vitamina C, vitamina E e niacinamida para potencializar seus efeitos e reduzir a irritação. Também pode ser usado com ácidos esfoliantes (como ácido glicólico ou lático), porém com cautela e espaçamento adequado. Em protocolos de rejuvenescimento, pode ser associado a peelings, lasers e microagulhamento, desde que com acompanhamento profissional. A fotoproteção adequada é essencial em qualquer protocolo.


Retinol versus Outros Retinoides: Considerações Clínicas


Comparado à tretinoína (ácido retinoico), o retinol é menos potente e menos irritante, sendo

melhor tolerado por peles sensíveis. Adapaleno é mais seletivo e tem menor potencial de

irritação, sendo bastante eficaz para acne. Já a isotretinoína é usada por via oral para acne grave e não deve ser confundida com os retinoides tópicos. Cada retinoide tem indicações específicas, e a escolha deve levar em conta o tipo de pele, a patologia e a tolerância individual.


Novas Pesquisas e Tecnologias


Avanços tecnológicos vêm permitindo o encapsulamento do retinol em lipossomas,

nanocápsulas e sistemas de liberação controlada, o que melhora a estabilidade e reduz a

irritação. Estudos recentes investigam a relação do retinol com a microbiota cutânea, sugerindo que ele pode modular o ecossistema microbiano da pele. Além disso, novas moléculas retinoides (como os agonistas seletivos de RAR-γ) estão em desenvolvimento, com o objetivo de alcançar maior eficácia com menos efeitos colaterais.


Considerações sobre Resistência e Tolerância


Ao contrário de antibióticos, a resistência ao retinol não é comum. O que pode ocorrer é uma adaptação da pele, com diminuição da resposta clínica após uso prolongado. A tolerância, por outro lado, é algo desejável: com o uso regular e gradual, a pele se adapta ao retinol, permitindo maior frequência e concentrações mais elevadas sem efeitos adversos significativos.


Retinol na Dermatologia Estética e Terapêutica:


Aplicações Clínicas

O retinol é amplamente utilizado em dermocosméticos e em prescrições dermatológicas para: acne leve, sinais iniciais de envelhecimento, rugas finas, manchas escuras, ceratose actínica e até em casos leves de psoríase. É considerado um dos ativos antienvelhecimento mais bem documentados da dermatologia estética, com resultados visíveis e cumulativos quando usado corretamente ao longo do tempo.


Segurança e Contraindicações Específicas


O retinol é contraindicado durante a gestação e lactação devido ao risco potencial de efeitos

teratogênicos (apesar de serem baixos por via tópica). Também deve ser evitado em peles com eczema ativo, dermatite atópica descompensada ou rosácea em fase inflamatória. Em peles muito sensíveis, é possível optar por derivados mais suaves, como o retinil palmitato ou retinol encapsulado.


Futuro do Retinol: Perspectivas


A tendência futura inclui o desenvolvimento de formas biocompatíveis de retinol com maior

penetração e menor irritação, a integração com terapias regenerativas como PRP (plasma rico em plaquetas), o uso de formulações personalizadas baseadas em testes genéticos e

microbioma cutâneo, e um maior entendimento do papel do retinol na imunorregulação da pele.


Conclusão


O retinol continua sendo um dos ativos mais versáteis, eficazes e estudados da dermatologia estética. Sua capacidade de modular processos celulares profundos, aliados ao seu potencial antienvelhecimento e terapêutico, o colocam como um pilar nos cuidados com a pele. Quando utilizado com conhecimento e responsabilidade, apresenta um excelente perfil benefício-risco.





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Isabella Nayane Ferreira Ataide

Médica e Skin Coach especializada em cuidados com a pele

@draisabellaataide

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